DEPARTAMENTO DE TRADIÇÕES GAÚCHAS
Agosto de 1947 – Colégio Júlio de Castilhos
Era
o ano de 1947 e a inquietação politica e cultural se faziam presentes,
principalmente nos jovens, Porto Alegre era o centro estudantil do Estado, para
lá migravam jovens de todos os cantos do Rio Grande do Sul e a maioria oriunda
do campo e das Estâncias e Fazendas onde tinham se criado até chegar na idade
de irem em busca dos seus caminhos de vida. Essa juventude vivia na Capital
remoendo saudades da vida no interior e no campo, viviam de lembranças remoídas
na hora do mate (chimarrão) que cevavam muitas vezes “solitos” após um dia de
estudos.
Vivendo
nessa realidade e preocupado com o rumo que as coisas tomavam, onde a moda do
estrangeirismo tomava conta do meio social e cultural, J. C. Paixão Cortês,
aluno do Colégio Julio de Castilhos teve a ideia de criar dentro do Centro
Acadêmico da Escola um departamento de tradições gaúchas, com o objetivo de
iniciar um movimento em prol das tradições e resgate da cultura gaúcha, além de
criar um espaço que serviria para reunir aqueles jovens estudantes do interior para
tomarem seu chimarrão nas horas do recreio e falarem de suas lembranças...
“Programa de Ação” do Departamento de Tradições Gaúchas:
a)
Realização
de bailes gauchescos, com concurso de danças e trajes; hora de arte;
b)
Concursos
literários: prosa e poesia;
c)
Publicação
de artigos no jornal do Julinho;
d)
Palestras
culturais por intelectuais gaúchos;
e)
Ronda
Gaúcha: assembleia;
f)
Provas
campeiras – concurso de laço e boleadeiras;
g)
Concurso
de fotografias;
h)
Concurso
de desenhos;
i)
Biblioteca
e discoteca.
“Nascia assim o
Departamento de Tradições Gaúchas da Escola Júlio de Castilhos que se manteve
atuante por alguns anos, porem com a fundação do 35 CTG ao natural sofreu um
enfraquecimento, já que os alunos se renovavam e os seguidores do
tradicionalismo procuravam o novo CTG para cultuar as tradições, porem até os
dias de hoje e mantido na Escola e na Semana Farroupilha promove manifestações
internas com os alunos e professores.”
-
Em agosto de 1947, quando se aproximava o aniversário da Revolução Farroupilha,
que até então só era comemorado internamente nos Quarteis da Brigada Militar e
nas Lojas Maçônicas. A Brigada por ser seu aniversário de criação, na Maçonaria
devido a sua participação na revolução e pelos vultos Farrapos que na maioria
eram Maçons, e por aí se esgotavam as manifestações em prol desta data
histórica. Paixão usou esta motivação para dar inicio às atividades do
Departamento recém-criado, comemorar a data com uma “Ronda Gaúcha”.
As festividades seriam variadas, entre elas, palestras,
concursos literários, roda de chimarrão e culminaria com um baile tradicional
no encerramento (seguindo o programa de ação do Departamento), tudo “aquecido”
por uma “chama” retirada da Pira da Pátria no dia 7 de setembro e que
permaneceria acessa na Escola até o dia 20 do mesmo mês.
As
ideias partiam do jovem Paixão, mas tudo foi organizado e compartilhado com os
membros do Centro Acadêmico que aprovaram a iniciativa e passaram a engrossar o
grupo de “tradicionalistas” que se formava dentro da Escola com o apoio de
Professores e Direção.
PS. ELES NÃO TINHAM IDÉIA DO IMPORTANTE PASSO QUE ESTAVAM DANDO EM PROL
DA CULTURA GAÚCHA...
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