13 outubro 2024

DEPARTAMENTO DE TRADIÇÕES

 

DEPARTAMENTO DE TRADIÇÕES GAÚCHAS

Agosto de 1947 – Colégio Júlio de Castilhos

 

Era o ano de 1947 e a inquietação politica e cultural se faziam presentes, principalmente nos jovens, Porto Alegre era o centro estudantil do Estado, para lá migravam jovens de todos os cantos do Rio Grande do Sul e a maioria oriunda do campo e das Estâncias e Fazendas onde tinham se criado até chegar na idade de irem em busca dos seus caminhos de vida. Essa juventude vivia na Capital remoendo saudades da vida no interior e no campo, viviam de lembranças remoídas na hora do mate (chimarrão) que cevavam muitas vezes “solitos” após um dia de estudos.

 

Vivendo nessa realidade e preocupado com o rumo que as coisas tomavam, onde a moda do estrangeirismo tomava conta do meio social e cultural, J. C. Paixão Cortês, aluno do Colégio Julio de Castilhos teve a ideia de criar dentro do Centro Acadêmico da Escola um departamento de tradições gaúchas, com o objetivo de iniciar um movimento em prol das tradições e resgate da cultura gaúcha, além de criar um espaço que serviria para reunir aqueles jovens estudantes do interior para tomarem seu chimarrão nas horas do recreio e falarem de suas lembranças...

 

“Programa de Ação” do Departamento de Tradições Gaúchas:

a)     Realização de bailes gauchescos, com concurso de danças e trajes; hora de arte;

b)    Concursos literários: prosa e poesia;

c)     Publicação de artigos no jornal do Julinho;

d)    Palestras culturais por intelectuais gaúchos;

e)     Ronda Gaúcha: assembleia;

f)      Provas campeiras – concurso de laço e boleadeiras;

g)     Concurso de fotografias;

h)    Concurso de desenhos;

i)       Biblioteca e discoteca.

 

“Nascia assim o Departamento de Tradições Gaúchas da Escola Júlio de Castilhos que se manteve atuante por alguns anos, porem com a fundação do 35 CTG ao natural sofreu um enfraquecimento, já que os alunos se renovavam e os seguidores do tradicionalismo procuravam o novo CTG para cultuar as tradições, porem até os dias de hoje e mantido na Escola e na Semana Farroupilha promove manifestações internas com os alunos e professores.”

 

 

- Em agosto de 1947, quando se aproximava o aniversário da Revolução Farroupilha, que até então só era comemorado internamente nos Quarteis da Brigada Militar e nas Lojas Maçônicas. A Brigada por ser seu aniversário de criação, na Maçonaria devido a sua participação na revolução e pelos vultos Farrapos que na maioria eram Maçons, e por aí se esgotavam as manifestações em prol desta data histórica. Paixão usou esta motivação para dar inicio às atividades do Departamento recém-criado, comemorar a data com uma “Ronda Gaúcha”.

 As festividades seriam variadas, entre elas, palestras, concursos literários, roda de chimarrão e culminaria com um baile tradicional no encerramento (seguindo o programa de ação do Departamento), tudo “aquecido” por uma “chama” retirada da Pira da Pátria no dia 7 de setembro e que permaneceria acessa na Escola até o dia 20 do mesmo mês.

 

As ideias partiam do jovem Paixão, mas tudo foi organizado e compartilhado com os membros do Centro Acadêmico que aprovaram a iniciativa e passaram a engrossar o grupo de “tradicionalistas” que se formava dentro da Escola com o apoio de Professores e Direção.  

 

PS. ELES NÃO TINHAM IDÉIA DO IMPORTANTE PASSO QUE ESTAVAM DANDO EM PROL DA CULTURA GAÚCHA...

 

 

 

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