13 outubro 2024

NASCE A IDEIA...

 INICÍA A FORMAÇÃO DO PRIMEIRO CTG.


Ainda no dia 5 de setembro, após o sucesso da “campereada” pelas ruas da Capital, devolvidos os cavalos e bem “emalados” os arreios,  o Grupo dos 8 foi confraternizar na churrascaria Hércules na Rua Ramiro Barcelos bairro Bom Fim;  e ali, entre a conversa e as emoções do feito, o Paixão contando sua façanha ao se confrontar com um carroceiro que o chamou de  palhaço  (como ele tinha que devolver seu Tubiano em local diferente, se apartou do grupo no meio do caminho), sozinho e chamando a atenção pelos trajes, foi alvo do comentário e de pronto revidou a moda campeira, no “relho...”. Tudo era alegria e nesse clima de euforia, surgiu a ideia que o grupo não deveria parar por ali, mesmo com o aceno do Paixão para os festejos que iniciariam três dias após na Escola, foi unanime a manifestação de continuarem se encontrando... alguma coisa que não sabiam ao certo estava começando, o que era e o que seria no futuro, ninguém sabia...mas sentiam que valia a pena acreditar e dar segmento. 

Desta forma, e com muita empolgação, após a realização bem sucedida da “Ronda Gaúcha”, o grupo continuou se encontrando nos sábados a tarde, agora não apenas o Piquete da Tradição, mas sim todos ou quase todos que participaram das comemorações farroupilhas na Escola. No inicio eram apenas encontros para rodas de mate e conversas sobre campereadas, passagens, causos e algumas “mentiras”, mas tudo voltado para as raízes daqueles jovens oriundos do interior e que embretados na cidade grande para estudar, viam sufocadas estas raízes no  peito de cada um.

Os encontros eram realizados aos sábados a tarde no porão da casa do Paixão e cresciam de semana para semana, adeptos da ideia de formar uma entidade voltada para a preservação e culto as nossas tradições se multiplicava, principalmente com a colaboração de Barbosa Lessa, que com seu “famoso caderninho” de apontamentos ia anotando e reclutando jovens com as mesmas ideias e propósitos.

Neste recrutamento surgiu um grupo de ex-escoteiros, liderados por  Hélio José Moro, que com a mesma intenção vieram se somar aos jovens liderados por Paixão Côrtes. Outros grupos com os mesmos ideais foram se aproximando e engrossando as reuniões dos sábados, agora não apenas para tomar mate e “prosear”, mas sim com um objetivo maior e bem definido, criarem o que viria a ser o primeiro CTG do Movimento Tradicionalista Gaúcho.

Foram seis ou sete meses de encontros e reuniões, que ocorriam principalmente na casa do Paixão, mas várias outras residências foram usadas para acolher aqueles jovens e suas reuniões.  Porem as residências começaram a ficar pequenas para tanta gente, pois todos finais de semana apareciam novos militantes, foi a vez de procurarem um lugar maior e encontraram guarida  na residência da família Simch (José Laerte Vieira Simch), que possuía um porão espaçoso e com condições de receber todo mundo, neste local  foram realizadas as primeiras reuniões de organização e por fim a fundação do 35 CTG em 24 de abril de 1948.

*Residências que acolheram os encontros precursores, todas na Capital Porto alegre:  

-Paixão Côrtes: Rua Sarmento Leite nº 101

-Cyro Dutra Ferreira: Rua Sarmento Leite nº 65

-Francisco Gomes de Oliveira: Rua Gaspar Martins 533

-Barbosa Lessa: Rua Cipriano Ferreira nº 551

-José Laerte Vieira Simch:  Rua Duque de Caxias: nº 707 


Durante esses primeiros meses de encontros, várias foram aas ideias para a criação de uma entidade voltada para as tradições gaúchas, inclusive uma que defendia uma associação limitada em 35 sócios, em homenagem a data histórica de 1835; mas alguém foi iluminado e contestou sob o argumento que desse formato a ideia se terminaria em pouco tempo e não se espalharia aos “quatro ventos” como era o desejo da maioria. 

Definido o formato da nova entidade, foi feito um chamamento para que todos apresentassem sugestões de nomes, e foi escolhido no voto o nome, 35 Centro de Tradições Gaúchas (estava surgindo a sigla CTG que se tornou referencia para todas entidades tradicionalistas, anos depois começaram a surgir outras siglas, como DTG (Departamento de Tradições Gaúchas), GAN (Grupo de Arte Nativa), PQT (Piquetes), e outras, mas todas nominando entidades com os mesmos objetivos).




Obs.   CONTINUA NAS POSTAGENS MAIS ANTIGAS.

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